Segundo pesquisa, desemprego é o maior motivador do trabalho autônomo

Uma pesquisa da FGV mostra que o desemprego é o que mais motiva as pessoas a trabalharem de forma autônoma. Essa foi a resposta dada por quase um terço dos entrevistados.

32% dos entrevistados disseram que o desemprego, a necessidade de renda foi o principal motivo para optar pelo trabalho por conta própria.

Foto: Tânia Rego / Agência Brasil

Importante destacar que a informalidade, o desejo de independência aparece em segundo lugar, foi apontado como motivo por pouco mais de 22% dos entrevistados.

A flexibilidade de horário foi respondida por 13% das pessoas ouvidas pela Fundação Getúlio Vargas, o trabalho por conta própria como meio de ganhar dinheiro foi citado com mais frequência.

A independência e flexibilidade de horário foram respondidas pelas pessoas que ganham mais de dois salários-mínimos, e a necessidade foi citada por quem ganha até um salário-mínimo, de acordo com a pesquisa o trabalho por conta própria pode ser definido então por necessidade ou escolha.

Objetivo da pesquisa

Os dados fazem parte da pesquisa de novembro e dezembro, da sondagem do mercado de trabalho realizada pelo Instituto Brasileiro de economia da Fundação Getúlio Vargas, ao todo 2000 pessoas foram ouvidas.

O objetivo dessa pesquisa é investigar informações que não aparecem na pesquisa nacional por amostra de domicílios do IBGE, que é a principal fonte de informações sobre emprego e renda.

A ideia da pesquisa é de também tentar qualificar um pouco mais as informações e trazer mais informações do mercado de trabalho que merecem mais atenção, como por exemplo quem é o trabalhador autônomo e sua motivação.

O pesquisador da FGV Fernando Veloso, destacou um lado interessante, que os dados não devem ser olhados apenas como precarização do mercado de trabalho, mas como surgimento de um novo cenário no país.

Desemprego no Brasil

A taxa de desemprego no país caiu a 8,1% no trimestre encerrado em novembro, é o que foi divulgado pelo IBGE nesta quinta-feira, foram quase 1 milhão de brasileiros a menos em busca de trabalho na comparação com o trimestre anterior, este é o menor patamar desde 2015.

Com abertura de mais de 129 mil postos de trabalho no trimestre encerrado em novembro de 2022, o setor de transporte, armazenagem e correio, foi de acordo com a pesquisa Nacional por amostra de domicílios do IBGE um dos principais responsáveis pela de 0,9 % da taxa de desemprego, que no período fechou em 8,1%.

Essa melhoria do a nível de emprego no Brasil no último trimestre, é resultado de uma recuperação da economia, ou seja, com o fim das restrições de mobilidade com a retomada das cadeias produtivas com aquecimento da demanda com a aproximação das festas de final de ano há um aquecimento no mercado de trabalho.

Esta é a sexta queda trimestral seguida do desemprego registrada pela IBGE, com mais esse recuo o número de pessoas sem trabalho no país em novembro do ano passado chegou a 8,7 milhões.

Mas além da redução da taxa de desocupação, os números do IBGE mostram outra característica importante a diminuição do trabalho informal e o avanço das contratações com carteira assinada.

A taxa de informalidade recuou de 39,7% para 38,9% da população ocupada, o rendimento médio estimado do trabalhador brasileiro foi de 2.787 crescimento de 7,1%.

Fonte: Jornal Contábil .

READ MORE


Taxa de desemprego cai para 9,3% durante o 2º trimestre

A taxa de desemprego alcançou 9,3% no trimestre encerrado em junho, o que representa queda de 1,8 ponto percentual em relação ao trimestre anterior. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é o menor patamar para o período desde 2015, quando ficou em 8,4%.

O número de desempregados caiu 15,6% no trimestre e atingiu 10,1 milhões de pessoas, 1,9 milhão a menos que no trimestre anterior. Os números estão na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada hoje (29) pelo IBGE.

Fonte: gov.br

Para a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, o movimento de retração da taxa de desocupação no segundo trimestre é semelhante ao observado em outros anos. “Em 2022, contudo, a queda mais acentuada dessa taxa foi provocada pelo avanço significativo da população ocupada em relação ao primeiro trimestre”, apontou.

População ocupada

Os dados da pesquisa revelam que a população ocupada é a maior desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012. O contingente foi estimado em 98,3 milhões, o que equivale a alta de 3,1% se comparado ao trimestre anterior.

Ao todo, representa 3 milhões de pessoas a mais no mercado de trabalho. Entre eles 1,1 milhão estão na informalidade. “Na comparação com o mesmo período do ano passado, o aumento é de 8,9 milhões de trabalhadores. Com o crescimento, o nível da ocupação – percentual de ocupados na população em idade para trabalhar -, foi estimado em 56,8%, avançando 1,6 ponto percentual. frente ao trimestre anterior”, completou o IBGE.

O número de trabalhadores informais foi estimado em 39,3 milhões e também é o maior da série histórica do indicador, que começou em 2016. Em relação ao trimestre anterior, significa avanço de 2,8% (1,1 milhão de pessoas). Fazem parte dessa população os trabalhadores sem carteira assinada, empregadores e conta própria sem CNPJ, além de trabalhadores familiares auxiliares.

A taxa de informalidade ficou em 40% no trimestre encerrado em junho. Segundo Adriana Beringuy, entre outros fatores, os números sofreram influência, nesse segundo trimestre, da retomada do crescimento do número de trabalhadores por conta própria sem CNPJ, que havia caído no primeiro trimestre.

“Além disso, outras categorias principais da informalidade, que são os empregados sem carteira no setor privado e os trabalhadores domésticos sem carteira, continuaram aumentando”, informou.

Conta própria

O número de trabalhadores por conta própria, somados os formais e os informais, foi estimado em 25,7 milhões. Esse é o maior contingente para um trimestre encerrado em junho desde 2012. Frente ao trimestre anterior houve alta de 1,7% (431 mil pessoas) e de 4,3% (1,1 milhão de pessoas) em relação ao mesmo período do ano passado.

Entre os empregados sem carteira assinada no setor privado houve crescimento de 6,8% ou mais 827 mil pessoas, se comparado ao último trimestre. “Com isso, o contingente também foi o maior da série, ao ser estimado em 13 milhões de pessoas”, informou o IBGE.

O número de trabalhadores domésticos sem carteira cresceu 4,3% no período, o equivalente a 180 mil pessoas. Com a alta, essa categoria passou a ser formada por 4,4 milhões de trabalhadores”.

A pesquisa mostrou ainda que o crescimento no número de informais está relacionado a algumas atividades do setor de serviços, impactadas pelas medidas de isolamento social durante a pandemia.

De acordo com a coordenadora, é possível observar que parte importante dos serviços, como os prestados às famílias, tem grande participação de trabalhadores informais e está influenciando essa reação da ocupação. “Isso também tem ocorrido na construção, setor com parcela significativa de informais. Então, a informalidade tem um papel importante no crescimento da ocupação”, completou.

No mercado de trabalho formal, a maior elevação em termos absolutos ocorre nos empregados com carteira assinada no setor privado. A categoria cresceu 2,6% no trimestre, um acréscimo de 908 mil pessoas. No ano, o aumento é de 3,7 milhões de trabalhadores ou 11,5%.

Já o número de empregadores com CNPJ ficou estável se comparado ao último trimestre. Na comparação anual, subiu 12,7%. Dos 4,2 milhões de empregadores, 3,4 milhões ou 81% são formais.

Rendimento

O IBGE estimou o rendimento médio real habitual em R$ 2.652. O valor representa estabilidade na comparação com o primeiro trimestre. No ano, apresentou queda de 5,1%.

Em movimento contrário, a massa de rendimento, que é a soma dos rendimentos pagos a pessoas ocupadas, atingiu R$ 255,7 bilhões, um aumento de 4,4%, na comparação com o trimestre anterior e de 4,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

Na visão da coordenadora, os resultados refletem a expansão da ocupação no trimestre. “Embora não haja aumento no rendimento médio dos trabalhadores, houve crescimento da massa de rendimento porque o número de pessoas trabalhando é bastante elevado”, relatou.

Original de Agência Brasil

READ MORE


Como o mercado observa os índices de inadimplência no país?

Nos aproximamos do fim do primeiro semestre e o ambiente de negócios brasileiro segue em um misto de expectativas positivas, mas também de incertezas que, no conjunto, demandam parcimônia na leitura sobre os rumos da recuperação econômica do país.

De um lado, o crescimento do PIB em 1,2% – índice acima do que vinha sendo esperado pelo mercado e que coloca a economia brasileira nos patamares de pré-pandemia do 4º trimestre de 2019 em termos de volume –, aliado a variantes como o avanço da vacinação no país (cuja primeira dose chegou a cerca de 22,8% da população) são pontos que trazem mais otimismo para o empresariado brasileiro.

Não à toa, após meses de queda, o Índice de Confiança do Empresário, medido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), voltou a crescer, atingindo 97,7 pontos – sua maior alta desde março de 2014.

Tal otimismo também se refletiu em outras áreas. Considerando o período entre abril e maio deste ano, no comércio, o Índice de Confiança do Comércio se elevou em 9,8 pontos.

Já no setor de serviços, a alta foi de 6,4%, maior patamar desde fevereiro de 2020.

Na maior parte do setor industrial, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Índice de Confiança do Empresário Industrial foi positivo em 28 dos 30 segmentos industriais brasileiros.

Em contrapartida, o risco de uma terceira onda da Covid-19 ao longo das próximas semanas, somado a uma taxa de desemprego acima de 14 milhões brasileiros e um crescimento da inflamação média que refreiam as possibilidades de consumo da população, deixa – e com razão – o sinal de alerta aceso no mercado.

Vale ressaltar que uma possível terceira onda pode motivar um novo endurecimento das medidas restritivas adotadas pelos governos.

Uma análise sobre os impactos da inadimplência

Todo este cenário, por sua vez, aumenta a imprevisibilidade dentro do contexto da inadimplência e do endividamento das famílias e das empresas no país.

Analisando dados recentes, tivemos um aumento da inadimplência no plano empresarial (que subiu 0,5% em abril e atingiu 5,9 milhões de empresas, conforme levantamento da Serasa Experian) e no endividamento das famílias (que chegou a 67,5% em abril do ano passado, igualando ao recorde de agosto de 2020, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo – CNC).

Photo by @pressfoto / freepik
Photo by @pressfoto / freepik

Muito embora o efeito desse endividamento não tenha acarretado um crescimento dos índices de inadimplência das pessoas físicas, o percentual de famílias com dívidas em atraso caiu pelo oitavo mês consecutivo, conforme índice de abril da CNC.

É importante acrescentarmos nesta análise a questão da tomada de crédito, que pode trazer impactos na equação da inadimplência geral.

Analisando dados divulgados pelo Banco Central no fim de maio, temos um cenário em que o crédito ampliado a empresas somou R$4,3 trilhões (56,2% do PIB em abril), o que representa um crescimento de 7,7% no período de 12 meses (abril de 2020 até abril de 2021).

Em relação à pessoa física, o crédito ampliado às famílias totalizou R$2,5 trilhões, com alta de 13,8% no período de 12 meses.

Dentro deste cenário, precisamos considerar ainda o perfil do tomador de crédito no país, uma vez que, por exemplo, empresas/pessoas já endividadas que buscam o crédito aumentam o risco sistêmico de inadimplência no mercado.

É necessário, também, entender melhor o perfil dos novos clientes do sistema financeiro e, por fim, o potencial geral de pagamento das famílias e empresas diante dos avanços ou retrocessos na economia brasileira.

Dito isso, duas possibilidades parecem mais claras no âmbito da inadimplência: havendo um avanço no combate da pandemia, os efeitos negativos da inadimplência encontrarão acomodação nos patamares atuais, com perspectivas de melhora no médio prazo devido a consequente manutenção de medidas menos restritivas e a continuidade do crescimento econômico do Brasil.

Por outro lado, se forem adotadas novas restrições econômicas pelos governadores e prefeitos que desacelerem a recuperação do país, a tendência é a de que tenhamos impactos negativos também sobre a inadimplência, os quais podem desembocar, em maior ou menor grau, no setor bancário e na recuperação da indústria, comércio e no setor de serviços.

Com todos estes elementos em vista, o que se pode afirmar é que ainda vivemos um momento que exige parcimônia – em que pese a melhora do PIB e do ânimo do mercado.

Por: Pedro Bono, CEO e cofundador na Receiv, sistema de cobrança inteligente. É Doutor pela FGV e professor de gestão de risco de crédito nas melhores escolas de negócio do país.

Fonte:  Receiv

READ MORE